quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Renascença de Ruínas: Juventude e Política

Não posso dizer que sou uma pessoa muito participativa do cenário político desse país, não estou vinculada a nenhum partido político, apesar de simpatizar com alguns (“de esquerda” é claro... Tá difícil saber quem é da esquerda e da direita no Brasil).  Nesse momento que as greves federais permeiam o mundo, não as notícias de televisão, não compareci a nenhuma assembleia [acho que as causas não atingiram o meu coração, acho que a minha cabeça se confundiu, militante com medo de morrer não serve pra causa nenhuma, já dizia Che Guevara mas com outra palavras, - tenho medo dos jovens serem “joguetes” dos “revolucionários” da classe média em ascensão]. Entretanto,  assumi a posição de aceitar a soberania das decisões tomadas pela categoria nesse órgão de legitimidade chamada  Assembleia. Legitimidade entre os cidadãos da categoria mais prejudicada, invisível em relação aos que estão no poder e manipulando o dinheiro para obras e progresso, portanto, em ralação a hegemonia, toda causa dita popular sempre será ilegítima, para uma parcela da sociedade não interessa as necessidades da maioria.

Não sei se é disso que eu quero falar. Sempre falei de mim, da farsa que eu sou, das mentiras que eu conto pra sobreviver e da Renascença de ruínas que inventaram para essa juventude. Queria falar sobre Juventude, Política e Arte. Mas quem gosta dessas coisas? “Político é tudo corrupto”. Quantas vezes, alguém que nasceu em 1990 já não escutara isso, ficou sabendo do mensalão e das privatizações das empresas brasileiras que o governo FHC fizera no seu mandato, por resoluções administrativas devido a crise financeira (justificativas para vender o Brasil e a Vale com o preço de bananas) e, no momento que soube de toda essa sujeira, quis desistir de ser brasileiro ou mesmo de discutir política e etc? Quis desistir de criar algo novo? Afinal, o que nós, jovens brasileiros, começando a viver agora, depois de tanta merda que aconteceu, sendo a corrupção algo hereditário dos políticos (passado de pai pra filho. De onde tiraram isso, corrupção não está no DNA?), podemos fazer para mudar?  Tenho certeza absoluta, que, em algum momento da vida, todos já fizeram essa pergunta.  Mudaram de opinião. Desistiram de perguntar, porque não encontravam respostas prontas. Ou,  simplesmente, não quiseram mais se questionar sobre isso, dormindo apáticos e felizes na caminha quente com cafezinho e bolachas, sofrendo algumas angústias com dinheiro, família e burocracias estatais. [Fugindo e trepando com meninas de vinte anos para esquecer esses anseios de mocidade. Quando conseguem também].

Eu mesma cansei de tentar convencer meio mundo sobre a importância da Cultura, da Arte, da Leitura, da educação e etc. As pessoas estão cansadas, esperando a morte chegar e acabando com a vontade de viver de quem nem começou a viagem. Propagando conceitos turvos como produzir dinheiro a qualquer custo. Sinceramente, precisamos acreditar no Brasil, precisamos acreditar nas ruínas que foram deixadas para essa juventude e dá um voto de confiança, quem sabe um novo futuro poderá ser feito. Uma nova história será criada por nós; se estudar um pouquinho vários exemplos de mudanças concretas foram feitos ao longo da história, bons exemplos: o direito do voto feminino, a mudança estrutural política de Cuba e as cotas raciais nas universidades.

Muitos vão dizer: ainda é pouco. Concordo (em partes).

Até, porque, eu não quero mais viver num país de exceções, de heróis e protagonistas que mudam a história, prefiro contar histórias de um coletivo, não de mitos. Porém, para isso, a população precisa sair do senso comum e enfrentar os oportunistas que sempre tomaram conta desse país, não pode mais acreditar na ideia de que todo representante dessa democracia-administrativa é corrupto. Pior que a corrupção de um homem é a negligência de uma população (especificamente da classe média) com relação aos efeitos da administração de seus governantes, a apatia de uma sociedade e a submissão por quem pode tomar decisões pelo Estado são corrupções também, irresponsabilidades sociais (ou melhor, a população precisa parar de tirar o seu corpo fora, o jogo político também atinge o nosso bairro). O Brasil pode ser melhor, esse sonho não pode ter morrido. 

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