sábado, 16 de outubro de 2010

O Problema do Eu-Lírico e o Teatro

“Porque tu sabes que é de poesia a minha vida secreta
Tu sabes, Dionísio, que ao teu lado te amando
Antes de ser mulher sou inteira poeta” [Hilda Hilst]

Eu conversava com o Bacco enquanto tomávamos café. Ele ria: “Olha! Aquele fulaninho ali, aquele ciclaninho lá, não sabem andar. Essas pessoas não sabem nem que estão andando”. Era um velho moço de cabelos finos e brancos que brincava de andar, paquerava moço ou moça, falava italiano e cuspia imagens vermelhas na boca; afirmava: “como é bom paquerar essa gente bonita, principalmente as belas andróginas que carnalizam a beleza de alma no corpo, externizando o espírito”.

Ainda falam pra mim que é impossível criar uma literatura teatralizante: Teatro é vinho e Literatura é vodca, não existe mistureba. Aí Tantas bobagens! Por que não conversam com Bacco, essa eterna divindade do contraste, que era também deus da poesia, do vinho e do teatro?

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