segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Obrigada, meu amor

Todo fenômeno da despedida se inicia com a segregação de duas pessoas que um dia se amaram demais. Aquele que um dia me disse roubar a lua, sai por essa porta e arranca meus restos de artérias que, até noite passada, ainda se misturaram com as dele. As mãos, sem dúvida, são as partes do corpo que me dá mais raiva, escorregaram por entre as pernas, peles e pêlos... Ódio? Talvez, o que eu sinto mais falta dele é do pau. Bem que podia castrá-lo.
Não tomo mais pírulas. Depois que ele foi embora não arranjo nem o porteiro da esquina pra trepar comigo, agarro-me a travesseiros, lembro de suas palavras sacanas, desordeiras. Fiquei, concerteza, igual a um bicho careta e fascinado por canções repletas de clichês; esses dias planejei o meu suicídio, mas desisti, resolvi matá-lo com pauladas de bombeirinhos e cervejas na mesa de um bar desconhecido, onde tocava Fagner. Sei que não resolve o problema. Porém, pelo menos, eu o mato de algum jeito e tiro o gosto de sua porra na minha boca, até encontrá-la outra.
Sentirei saudades de tanta coisa daquele homem. Dos seus olhinhos que me olhavam sempre querendo me engolir viva, os sonhos que ele me contava com tanta energia e da gente se amar por horas até eu acreditar que tinha nascido colada no tronco desse moço. Inclusive no chuveiro, nua, estava ali me imaginando com ele, com suas ridículas mentiras que me feriram com tanto amor e suas maravilhosas fantasias que me tornaram mais mulher, mais única e viva. Obrigada, meu amor...
Odiá-lo foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida. E saber que aquele homem, ao lado daquela vadia, já foi meu, me dá um poder tão absurdo. O poder de uma mulher que um dia amou demais um só homem e foi abandonada numa noite de sábado quente com míseras mensagens virtuais as quais diziam que tal moço não me amava mais. Obrigada, meu amor, pela sinceridade de não ter querido ser meu amigo e ido embora sem palavras melosas.  


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